sexta-feira, 30 de maio de 2008

>>>>> TOINHO ALVES <<<<<

TOINHO ALVES – QUINTETO VIOLADO
“... O colar perde uma de suas contas ...”

O músico foi encontrado morto em seu apartamento, em Candeias – Jaboatão dos Guararapes - PE, no final da manhã da quinta (29/05/2008). Familiares tentaram entrar em contato com ele por telefone, durante a manhã, mas as chamadas não foram atendidas.
Seu filho Dudu Alves, também músico do Quinteto, tinha a chave da casa do pai e resolveu procurá-lo. Toinho (64 anos) foi encontrado morto na varanda do seu apartamento.
A causa da morte confirmada no atestado de óbito foi enfarto, que aconteceu por volta das 23:30h da quarta-feira.
Toinho nasceu em 22/09/1943 e era natural de Garanhuns, cidade do Agreste pernambucano. Veio de uma família de músicos e teve a oportunidade de aprender música antes de ser alfabetizado. Em sua cidade, participou da Banda Municipal e herdou dos monges beneditinos o gosto pelo canto. Antes de abraçar a carreira musical, foi engenheiro químico no Recife, porém o palco passou a ser a sua vida.

Na primeira metade dos anos 60 criou o grupo vocal Os Bossa Norte, do qual também fizeram parte Naná Vasconcelos e Marcelo Melo. O Quinteto surgiu em 1971 com a proposta de misturar elementos eruditos e populares, fazendo uma música que não desvirtua nenhuma de suas origens e resulta numa rica combinação rítmica. A idéia de formar o Quinteto surgiu quando integrava o TVU-3, grupo musical vinculado à TV Universitária, do qual também faziam parte Luciano Pimentel (bateria) e Sérgio Kyrillos (piano).
Em uma apresentação com Fernando Filizola e Marcelo Melo (convidados) ele percebeu que aquilo ali poderia render muito mais:
surge então o Quinteto Violado.


Toinho (Voz e contrabaixo) foi o responsável pela coordenação musical dos arranjos, repertório, produção artística dos discos e direção musical dos espetáculos.
A pesquisa musical e a vivência dos instrumentistas resultaram num trabalho muito original.



Aquí fica a minha homenagem à você!!!
Que Deus ilumine a sua nova trajetória!!!

Muita luz!!!

segunda-feira, 26 de maio de 2008

>> NOVA ELEIÇÃO NO SINDIMUPE <<

O SEGUNDO SINDICATO MAIS ANTIGO DO BRASIL
ABRIRÁ SUAS PORTAS PARA ELEIÇÃO À NOVA PRESIDÊNCIA
"SINDICATO DOS MÚSICOS PROFISSIONAIS DE PERNAMBUCO"

COMPANHEIROS MÚSICOS:
Acordem!!! Vamos à luta para criar nossa força sindical!!!
Está na hora de reerguermos o nosso sindicato através do nosso voto!
O músico tem que se conscientizar de que nada vai mudar sem que ele saia do seu alheamento e participe do processo.
DEBATE!!!
Participem do debate e escolham seu candidato!

Nesta terça-feira, véspera da eleição, às 20h, no Centro Profissionalizante de Criatividade Musical do Recife.
Local: Rua da Aurora.


Estejam presentes neste momento importante porque serão discutidas várias propostas e ações que beneficiarão à toda classe; e os presentes poderão questionar, sugerir e opinar diante dos dois candidatos!
Relacionem suas perguntas e exijam respostas das duas partes.

Façam a escolha certa!

CHAPA 1: SARA BRANCO
ou
CHAPA 2: GIVANILDO AMÂNCIO
.
EXERÇAM A DEMOCRACIA!
DATA DA ELEIÇÃO:
28 de Maio (Quarta-feira)
PARA VOTAR:
basta estar em dia com o Imposto Sindical.
LOCAL:
Sede do Sindicato dos Músicos: Av. Dantas Barreto – 564 – 7º andar – Sala 704
HORA:
das 08:00 às 17:00h
ATUAL PRESIDENTE:
MAESTRO EDSON RODRIGUES
(SINDICATO DOS MÚSICOS PROFISSIONAIS DE PERNAMBUCO)
Av. Dantas Barreto – 564 – 7º andar – Sala 704
Mais informações:
Fone: 3229.1920
E-mail: sindimupe@ig.com.br

quinta-feira, 15 de maio de 2008

>>>>> NORDESTINANDO <<<<<


O FOLE DE OITO BAIXOS REVISITADO

(Luiz Gonzaga)


A Prefeitura do Recife oferece pela primeira vez uma oficina de oito baixos ministrada por um dos grandes gênios deste instrumento, Luizinho Calixto. A oficina vai disponibilizar vários instrumentos para manuseio, exibição de documentários, explicar um pouco da afinação e o repasse da experiência e a genialidade desse grande mestre. A oficina será realizada em dois períodos na Casa do Carnaval no Pátio de São Pedro. As turmas serão limitadas a dez alunos por turno. O curso se realizará de 19 a 23 de maio de 2008. O público alvo do curso destina-se, preferencialmente, à músicos iniciados ou iniciantes, conhecedores do instrumento.


(Sivuca)

UM POUCO DO QUE É A SANFONA DE OITO BAIXOS NO NORDESTE BRASILEIRO
No Nordeste brasileiro a sanfona de oito baixos recebe uma afinação diferente da que é montada na fábrica. Por isso a tradição nordestina é única e difere da forma de executar o instrumento em outras regiões do Brasil e do mundo.

A sanfona de oito baixos é um instrumento que pode ser considerado a matriz do forró .Grandes representantes da música instrumental executada com a sanfona iniciaram ouvindo e tocando o oito baixos, como Luiz Gonzaga, Sivuca, Oswaldinho e Dominguinhos. Grande parte dos instrumentos ainda hoje utilizados tem cerca de 50 a 70 anos, e foram preservados graças ao trabalho de afinadores criativos.
Desprezada pela mídia e indústria fonográfica , a sanfona de oito baixos passa por um momento de esquecimento, não existindo o interresse de novos sanfoneiros em continuar está arte, portanto é preciso preservar os mestres tocadores existentes e estimular as novas gerações a conhecer e valorizar a arte dos oito baixos.


(Arlindo dos oito baixos)

(Chiquinha Gonzaga)


RELEASE DE LUIZINHO CALIXTO

Luizinho Calixto , nasceu de uma família de instrumentistas da sanfona de 08 baixos. Tudo começou com Seu Dideus, o pai de quatro sanfoneiros, o primeiro deles é Zé Calixto, depois Bastinho Calixto, João Calixto, e o caçula Luizinho Calixto, que começou a tocar sanfona de 8 baixos com 10 anos de idade.

Luizinho Calixto morou no Rio de Janeiro, na década de 70 quando gravou seu primeiro disco, intitulado "VAMOS DANÇAR FORRÓ". Nessa época teve a oportunidade de tocar com Sivuca, Dominguinhos, Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga, são 11 discos gravados entre vinil e cds, foi várias vezes a Europa, mostrou sua arte em várias países PORTUGAL, ESPANHA e FRANÇA.


(Dominguinhos)


SERVIÇO:
Oficina: O Fole de 8 Baixos Revisitado
Ministrado por: Luizinho Calixto
Local: Casa do Carnaval (Pátio de São Pedro)
Data: 19 a 23/05
Horário: Turma 1 – 9h as 12h / Turma 2: 14h as 17h
*Vagas Limitadas*
Mais Informações: 81 3232-2835
Produção: 8898-2118 (Bianca Simpson)
9955-6741 (Anselmo Alves)
komunicacao@kwanza.com.br

quarta-feira, 7 de maio de 2008

>>>>> FULEIRAGEM <<<<<

TEM RAPARIGA AÍ?

Tem rapariga aí? Se tem, levante a mão!"

A maioria, as moças, levanta a mão.
Diante de uma platéia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda - “que se diz de forró” - utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, e todas bandas do gênero). As outras são "gaia", "cabaré", e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em ualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade. O secretário de cultura Ariano Suassuna foi bastante criticado, numa aula-espetáculo, no ano passado, por ter malhando uma música da banda Calipso, que ele achava (deve continuar achando, claro) de mau gosto. Vai daí que mostraram a ele algumas letras das bandas de "forró", e Ariano exclamou: "Eita que é pior do que eu pensava". Do que ele, e muito mais gente jamais imaginou. Pruma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá: Calcinha no chão (Caviar com Rapadura), Zé Priquito (Duquinha), Fiel à putaria (Felipão Forró Moral), Chefe do puteiro (Aviões do forró), Mulher roleira (Saia Rodada), Mulher roleira a resposta (Forró Real), Chico Rola (Bonde do Forró), Banho de língua (Solteirões do Forró), Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal), Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada), Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca), Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró), Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró). Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas. Porém o culpado desta "desculhambação" não é culpa exatamente das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo. O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando-se. Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental. As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de "forró", parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde. Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado. Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo estético. Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo. Aqui o que se autodenomina "forró estilizado" continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste.
Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção. Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem "rapariga na platéia", alguma coisa está fora de ordem. Quando canta uma canção ( canção ?!!! ) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é "É vou dá-lhe de cano de ferro / e toma cano de ferro!", alguma coisa está muito doente. Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.

Por José Teles

JC online

07 de maio de 2008